domingo, 29 de março de 2009

Barrichello, o anti-herói

Barrichello é o símbolo maior do anti-herói nacional. Em um país de romários, ronaldos, sennas e lulas, a modéstia certamente não é vista como uma qualidade a ser mostrada pelos que nos representam. Ao contrário, veneramos a marra, desprezamos os segundos lugares e, batendo no peito, bradamos: fulano é o cara.

O mundo esportivo já o considerava uma página dos livros da história do automobilismo, em uma carreira que, se não fora brilhante, ao menos fora a mais longa de todas. Ele, não querendo virar história, como menino, dizia querer continuar, não aceitando que o menino Bruno Senna, promessa de redenção do esporte nacional, o substituísse.

Curiosas seriam as manchetes desta segunda, houvesse sido Rubens substituído por Bruno: Estréia perfeita. DNA de campeão! E, por suas declarações, de que nada buscaria senão o título, seria jogado aos braços do povo.

Ao contrário, foi Rubinho a ir ao pódio com a tradicional cara de “me belisca”. Rubens é o sujeito que chora quando perde, e que chora quando ganha. É símbolo do esportista que nunca desiste e que compete por prazer. No Brasil,  nunca será visto como o vencedor que é, ainda que se sagre campeão. 

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